Pesquisa financiada pelo BNDES defende políticas públicas para indústria nacional de games
O Brasil precisa de apoio estatal para alavancar a indústria nacional de games. Eis foi uma das conclusões da pesquisa Levantamento de informações sobre a indústria de games e políticas públicas para o setor, conduzida pela Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo com financiamento de R$ 1,3 milhão do Fundo de Estruturação de Projetos do BNDES.
Mundialmente, o mercado de jogos digitais cresce cada vez mais. Entre as alternativas de entretenimento, é a que apresenta as maiores taxas de crescimento. Estima-se que suas vendas sejam duas vezes maiores do que as da indústria fonográfica e que até 2016 irão crescer mais rápido que as do setor cinematográfico.
No entanto, apesar de ser o quarto maior mercado consumidor de jogos eletrônicos do mundo, o Brasil ainda não representa um papel expressivo no cenário de produção, sendo abastecido principalmente pelos Estados Unidos, Canadá, França, Coreia do Sul e China. Por aqui, predominam empresas jovens que ainda enfrentam dificuldades para comercializar seus produtos. 
Em relação à competitividade e inovação do mercado brasileiro, constataram-se problemas como a quase inexistência de propriedade intelectual local e a fraca presença de jogos nacionais tanto no Brasil quanto no exterior. Também foi observado que a indústria nacional é formada principalmente por empresas de micro e pequeno porte, ainda em fase de aprendizagem, que trabalham isoladamente na grande maioria dos casos, o que não permite a obtenção de escala no que diz respeito à inovação.
Apontando o potencial do setor de crescer acima da economia como um todo, a pesquisa traz uma defesa à criação de políticas públicas no mercado de games brasileiro. Entre as propostas, estão a criação de prêmios e concursos de jogos digitais; a subvenção para desenvolvimento de demos, provas de conceito e protótipos de novas empresas; a realização de chamadas específicas para jogos digitais nos programas existentes de apoio a incubadoras, aceleradoras e parques tecnológicos; e a criação de um Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Jogos Digitais, que servisse para articular universidades brasileiras e estrangeiras interessadas no tema com membros da indústria e outras instituições.
Atualmente, o BNDES não possui uma linha de investimentos específica para games, mas os empreendedores podem usar as linhas de financiamento já existentes.
CENSO – Para a realização do levantamento, foram ouvidas 133 empresas nacionais de desenvolvimento de games, permitindo a formatação de um censo da indústria brasileira do setor e a elaboração de um glossário contendo o vocabulário de jogos digitais.
Com relação à distribuição geográfica, revela-se uma concentração nas regiões Sul e Sudeste. São 36,24% em São Paulo, 10,74% no Rio Grande do Sul, 8,05% no Rio de Janeiro e 7,38% em Santa Catarina. No Nordeste, a liderança é de Pernambuco, com 6,71%. O BNDES publicou três documentos em PDF no seu site oficial contendo os resultados completos do levantamento.