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Paradoxum debate mercado literário digital e futuro de e-books na III Bienal do Agreste

Foto: Edméa Ubirajara / Divulgação

A editora Paradoxum esteve presente na III Bienal Internacional do Livro do Agreste, realizada de 17 a 21 de maio, em Garanhuns. A palestra “A importância do livro digital para novos autores e novos leitores” atraiu um público interessado em saber como são feitos os e-books e também autores que querem aderir ao formato para ampliar as possibilidades de comercialização de seus livros.

O mercado de e-books ainda é pequeno no Brasil – vendas que somam apenas entre 5% e 8% do bolo editorial – e, de acordo com Paulo Rebêlo, diretor da Paradoxum, a razão disso não é cultural. “Hoje o grande problema que autores e leitores têm é o despreparo das editoras nesse mercado digital. As editoras tratam o livro digital da mesma maneira que o impresso, inclusive na precificação, chegando ao ponto de vender e-books até mais caros do que o livro físico. Esse problema é recorrente não só no Brasil, mas em outros países também”, ressaltou.

Outra coisa que interfere na popularização dos livros digitais é a configuração dos arquivos, de acordo com Rebêlo. “Quando o leitor adquire uma publicação e não tem uma boa experiência, devido à incompatibilidade do livro com os suportes, isso gera uma frustração que afasta o leitor que gostaria de ler tanto no celular quanto na tela maior do computador”, comentou.

Araripe Serpa, 91 anos, autor do recém-lançado “Narrativas de um Escudeiro”, que aborda a vida social e política no Brasil no século XX, participou do debate e tirou dúvidas sobre o processo para a adaptação do seu livro para o formato digital. “Meu livro acabou de chegar às lojas com uma tiragem de mil cópias, mas eu não quero que pare por aí, quero que as minhas vivências sejam repassadas adiante para outras gerações. Imagino que o e-book pode ser um caminho para isso, visto que quando o livro esgotar nas lojas não é obrigatório que haja uma nova edição impressa para que ele possa ser encontrado e comprado por quem tem interesse nesse tipo de conteúdo”, afirmou.

Paulo Rebêlo explicou que, tecnicamente, o e-book é um livro diferente do similar impresso: “Mesmo tendo o conteúdo de uma publicação lançada anteriormente, o livro eletrônico requer uma nova diagramação, passa pelo processo de edição e necessita de normatizações técnicas para que seja considerado globalmente um e-book”.

Outra pergunta que norteou a conversa no painel foi sobre o futuro do mercado de e-books no Brasil, se é promissor ou não. Rebêlo tem uma visão otimista e acredita que as novas gerações serão agentes naturais dessa mudança. “Não precisaremos fazer muito esforço para que as crianças de hoje sejam leitoras de livros digitais e de conteúdos menos superficiais no futuro. Elas já nascem inseridas nesse contexto. O que necessitamos é que autores sejam menos reféns das editoras e que estas últimas, por sua vez, busquem um melhor preparo para abranger essa tendência mundial que gera uma demanda cada vez maior”, concluiu.

Compatibilidade digital e auditoria de vendas

Os livros e produtos editoriais da Paradoxum são compatíveis com todos os leitores de livros do mercado, como  KindleKoboLev e também por meio de aplicativos externos para uso em tablets e celulares.  Braço editorial da agência de tecnologia da informação e comunicação Paradox Zero, a editora visa deixar o autor livre para se preocupar somente com sua escrita e sua literatura. À Paradoxum cabem as soluções otimizadas de normatização técnica e a negociação do melhor acordo possível para o autor, em termo de direitos autorais — os repasses podem alcançar taxas de até 70%, bem acima dos 10% que as editoras tradicionais costumam pagar. Dados e estatísticas de vendas e repasse de direitos são auditados e encaminhados aos autores trimestralmente.