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Os logotipos do Humaniza Redes e de Hillary Clinton

O dia 13 de abril de 2015 poderia entrar para história do design.

Algumas horas de intervalo separam dois excelentes exemplos do que acontece quando não há controle de qualidade na contratação de serviços de tecnologia.

O Governo Federal do Brasil pagou 300 mil reais a uma agência – Leo Burnett Publicidade Ltda – cujo nome fantasia é Leo Burnett Tailor Made e é a agência responsável pela conta da Secretaria de Comunicação (Secom). Um contrato de três anos, com valores e nomes dos envolvidos disponível publicamente no Portal da Transparência.

Entra em cena o controverso projeto Humaniza Redes – Compartilhe o Respeito. A agência pegou um logotipo “gratuito” (royalties-free) do Getty Images, assinou, encaminhou e a peça passou por todas as etapas de aprovação até se transformar no logotipo oficial do Humaniza Redes.

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Questionados pela sociedade nas redes sociais, resolveram redigir uma nota oficial cujo teor ainda é mais amador do que a própria peça em si:

A logomarca do Humaniza Redes – Compartilhe o Respeito foi desenvolvida pela agência Leo Burnett Tailor Made, responsável pela conta da Secom, conforme apontado no Portal da Transparência. O Humaniza Redes esclarece que não há plágio, visto que a imagem é encontrada como royalties free, no banco público Getty Images (conforme o link: http://www.gettyimages.pt/detail/foto/thumbprint-heart-imagem-royalty-free/164848730 )

Aparentemente, o famoso “sobrinho” não apenas assinou a peça, como também redigiu a nota para explicar sobre a “logomarca”.

Enquanto isso, nos EUA


Amadorismo eleitoral ocorre até mesmo nos países e nas campanhas mais ricas. A fonte do problema é sempre a mesma: acham que ciência política, política partidária e política pública é tudo a mesma coisa. Ou que jornalistas entendem de comunicação só porque são jornalistas.

Poucas horas antes do caso Harmoniza Redes, o mundo tomou conhecimento do anúncio oficial da candidatura de Hillary Clinton à Presidência da República dos Estados Unidos.

Com o anúncio, veio mais uma peça de design cuja qualidade não é apenas questionável em termos de design, mas poderia ser o suficiente para afastar todos os envolvidos no processo de aprovação.

Deve ter custado 5 dólares, dividido em duas parcelas.