Copa no Brasil: de olho na tecnologia da televisão
Reportagem publicada no Jornal do Commercio, edição de 17 de junho de 2014.
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Um dos produtos mais procurados neste ano de Copa do Mundo foi o televisor. De acordo com uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os eletrodomésticos da linha marrom, que incluem as televisões, registraram aumento de 20,9% na produção em abril, em relação ao mesmo mês de 2013.
Em algumas lojas de varejo de tecnologia, o aumento das vendas decolou, como no caso da varejista Ibyte, que, em um comparativo entre maio de 2014 e o mesmo mês do ano anterior, viu as vendas de TVs subirem 199,53%.
Diante da variedade de oferta de preços e modelos, é preciso refletir um pouco sobre qual é a melhor opção. Entender o tipo de uso do aparelho é fundamental para garantir uma boa compra.”O consumidor deve procurar entender os hábitos dele de consumo, ou seja, em quais situações a TV é mais utilizada, se é para assistir TV aberta, canal por assinatura ou jogar videogame, por exemplo”, diz o diretor da Paradox Zero, agência especializada em tecnologia embarcada no Porto Digital, Paulo Rebêlo.
De acordo com Rebêlo, um dos principais cuidados que se deve ter é em relação à definição das imagens. “Há vários modelos de TVs de plasma, LCD e LED que são em alta definição (HD), mas não são Full HD e, por isso, ao conectar o videogame que usa jogos em Full HD ou alugar um filme em Blu-ray, por exemplo, o consumidor não vai ter a definição satisfatória”, explica.
Ele ainda alerta que muitas lojas estão vendendo TVs de plasma de 40 ou mais polegadas que não são Full HD, mas, por terem telas grandes, o consumidor é levado a acreditar que a definição será da melhor qualidade possível.
Outro cuidado que se deve ter é em relação à “smart TV”, cada vez mais popular no mercado. “Hoje, basta a televisão se conectar à internet que o mercado já chama de smart TV. O problema é que, há muitos anos, essas TVs já podem se conectar à internet, a diferença é que agora elas têm placa wi-fi integrada para se conectar sem o uso do cabo de rede”, explica o gerente de TI, Leonardo Viana. Se o consumidor não ficar atento a isso, ele pode se frustrar ao chegar em casa e perceber que precisa de um cabo para conectar o aparelho a um modem.
Se o consumidor gosta de ligar o computador na TV, também deve ficar atento, pois há aparelhos antigos, com telas grandes e bons preços, que não têm entrada VGA para ligar o PC. “Alguns aparelhos têm entrada USB, mas, se o consumidor gosta de ver filmes conectando o pendrive na TV, ele precisa testar ou ler o manual para saber que formatos de filmes a TV aceita”, lembra.
O último alerta do especialista diz respeito às televisões de altíssima definição, chamadas de TVs 4k ou UltraHD. De acordo com ele, o consumidor pode pagar um preço muito alto por algo que não vai usar. “Hoje, nenhuma TV por assinatura oferece sinal 4k, nenhum videogame tem jogos nessa resolução e nem o Blu-ray chega a tanto. Quem comprar esse produto vai ter um elefante branco na sala de casa”, ressalta.